terça-feira, 26 de maio de 2009

Viciada



Algum tempo atrás eu adorava histórias envolvendo Junkies, ainda gosto delas, mas já não me surtem o mesmo efeito. Essa é uma bem curta que escrevi. Não consigo estender muito minha literatura.




O conto:


Chovia lá fora e estava tão triste. Muito frio também, e o vento parecia cortar o seu corpo, te rasgar, mas era uma sensação ótima. Sensação de solidão.
Marcelo já não dava mais bola a essas alturas da noite. Passava das três da manhã e ele havia secado umas garrafas de vinho com seus amigos na rua. Bebendo igual um idiota. Estava sentado num banco, para descansar. Marcelo gostava de sentar e ficar olhando, adorava olhar pras coisas, era divino para ele.
Olhava uns carros passarem pela rua. Quando do nada apareceu na sua frente uma mulher louca:
- Oi amigo tem uns dois reais pra mim? NÃO É PRA COMPRA PEDRA NÃO, ta moço?
- Desculpa mas já gastei tudo que eu tinha. –respondeu Marcelo.
- Nem se eu fazer um serviço pra ti moço, tu é bonito, baratinho só dez real tu leva tudo por um bom tempo certo?
Marcelo nem respondeu, foi embora em passo acelerado de volta para sua casa.
Abre a porta de seu apartamento que ficava numa viela no centro. Era bem escondido, tão escondido que ele nem pagava aluguel, o dono esquecia que aquele prédio era seu.Trouxa. estava muito frio, e isso era o melhor. Acendeu seu aquecedor elétrico, a sua sala se iluminou com uma luz vermelha. Foi até seu aparelho de som e colocou uma musica que não saia mais de sua cabeça, temptation do new order. Deixou a musica tocar no radio, deitou no sofá perto do aquecedor que irradiava sua luz vermelha. Esperou o efeito do vinho amenizar.
Alguns minutos depois foi até a janela e viu, aquela viciada de antes passando na rua. Andava em ziguezague. Parou quando caiu encima de um monte de lixo e ali adormeceu.
No outro dia quando Marcelo acorda nem lembrava mais da viciada que queria vender seu corpo em troca do ultimo dez da sua vida.
Seus junkie de merda!









E para quem deseja literatura Beat além de Kerouac, procura pelo William Burroughs, é bem diferente seu jeito de escrever.