terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Werther - Goethe




Este livro de Goethe, me ajudou muito a entender um pouco mais o que foi o romantismo alemão, sempre tão falado. Entender quem foi Goethe, o que ele pensava.

O livro é escrito em forma de diário. Quem escreve este diário é o pobre Werther, que nutre uma paixão sem limites por Carlota.

Algumas coisas me chamaram muito a atenção em Werther. Uma delas, foi que em momento algum Carlota é descrita físicamente, mas é sempre resaltado seu jeito e intelecto. O amor de Werther pela natureza e a gente simples é claro também. Apesar de boa parte do livro se tratar da paixão de Werther por Carlota, há algumas passagens, como o dia 22 de junho que me chamam muito a atenção.

"Não me conciliei ainda com a idéia de acompanhar o embaixador... Jamais pude gostar da subordinação; além do que, todos nós sabemos tratar-se de um homem muito desagradável. Segundo diz você, minha mãe deseja que eu me ocupe de alguma coisa; isso me fez rir. Não estou eu, então, ocupado neste momento? Seja em contar de grãos de ervilhas, ou lentinhas, no fundo não é a mesma coisa? Tudo neste mundo leva às mesmas mesquinharias; e aquele que, para agradar aos outros, e não por paixão ou necessidade especial, se esgota no trabalho para ganhar dinheiro, honrarias, ou o que quer que seja, aquele que agir desse modo, digam o que disserem, é um louco."

Apesar de ser um livro fino, é uma obra muito profunda, especialmente em respeito a morte.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bandidos - Elmore Leonard

Se não me engano, eu havia ouvido a música “sandina” dos replicantes na rádio, e a música falava sobre sandinistas. Na época minha irmã estava lendo este livro, e me falou dele. O li. E ele falava sobre sandinistas e Nicarágua, coisas das quais eu nunca tinha ouvido falar. O li mais de uma vez.

Certa vez assistia um trailer de um filme de Quentin Tarantino (Jackie Brown) e ele era baseado num livro de Leonard.

O livro trata sobre um bonitão, ex-modelo, que trabalhava com seu tio numa funerária. Numa de suas viagens para buscar um defunto, ele conhece uma freira. E daí se desenrolam coisas que envolvem os contras, sandinistas e até mesmo o IRA.

Lembrei do livro devido as aulas de América II onde discutimos a revolução sandinista. O livro dá um apanhando por cima de algumas coisas que aconteceram no conflito, facilitanto o entendimento de todo o processo que ocorria, o movinto dos contras e o claro apoio estadounidense. Lembrando que o livro foi publicado em 1987.

Apesar de fazerem anos que não o leio, o livro é bem escrito. Leonard parece ser um escritor pouco conhecido, principalmente aqui no Brasil.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury




Esta edição do livro traz um "Apêndice" com alguma coisa escrita pelo autor, o que ajudou muito com que eu fica-se impressionado com a obra. Ray é um autodidata, e meus amigos sabem o quanto gosto deles. E eu sei o quanto gosto desse tipo de ficção científica.

O impressionante do livro é que ele conta sobre um futuro onde se queimam os livros, e fahrenheit 451 é a temperatura em que eles queimam. A obra já traz questões como a imbecilidade (se é que posso falar assim) das pessoas, da civilização. O comodismo das pessoas, entre outras coisas. Uma coisa interessante é que o livro é escrito na década de 1950 se não me falha a memória (comodismo em ir pegar o livro), e já traz questões bem atuais. O fato das pessoas terem mais de uma televisão em casa e participarem dos programas, e isso fazer com que elas fiquem viciadas. O abuso de remédios para enganar o corpo e etc... Só não há livros de auto-ajuda porque o livro trata de queimar livros, então não faria muito sentido.

A parte que mais me chamou a atenção quando li o livro, foi quando o personagem principal lê um trecho qualquer de um livro para a visita. Como é de se imaginar, ler um trecho qualquer de um livro, uma frase dentro de um livro todo, pode não passar praticamente nada da idéia do livro, e assim que ele lê a visita chora e não sabe o porque chora. E fica brava por chorar, por sentir algo. Isso é algo muito intenso e deve ser pensado, nessa busca de felicidade, na fuga das pessoas, de irem por um caminho que as machuca, e ficam se enganando de várias formas, seja comprando algo, fingindo que não pensa, tomando drogas licitas (geralmente) ou lendo livros vazios...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

1984 - George Orwell


Ontem na aula estavámos discutindo o disciplinamento do corpo, e chegou a um momento em que começamos a falar sobre 1984, fahrenheit e admiravél mundo novo (este ultimo não li). E lembramos o quanto o disciplinamento e a bioplítica está bem ilustrada nestes livros, e que se não me engano todos são anteriores a "Vigiar e Punir" do Foucault.

A cena marcante do livro é a teletela berrando para o personagem principal (Wilson Smith?) tocar os pés sem flexionar os joelhos e de pé. Ele é resistente e não queria nada daquilo. Também é interessante a coisa de ser vigiado o tempo todo, que no livro é muito bem exemplificado no que implica, e hoje em dia percebemos cada vez mais cameras nas ruas, e o pior, pessoas pedindo por isso. Pessoas igual ao vizinho do personagem principal (não me recordo no nome, só lembro da Júlia...) ou pior, igual aos filhos daquele vizinho, que entregam o próprio pai.

A hora do ódio eu assisti um tempo atrás quando me deparei com o filme "tropa de elite", lembro que depois no quartel quando fui obrigado a me apresentar, havia um garoto de cabelo raspado e que rosnava de canto "pede pra sair, pede pra sair" quando questionava alguém sobre a vontade de servir, e a resposta era negativa.

Um livro antigo, escrito por um sujeito vagabundo, e antes de um intelectual carimbado e certificado por uma instituição. Já era uma questão que estava no ar, e que depois é organizada e esclarecida por aquele francês que eu gosto tanto.

Lembrar antes de encerrar a importância de se ler um romance com um olhar mais profundo, ir além da histórinha. E lembrar que o que a grande massa lê, não são livros de teoria, mas sim romances.

Por agora é só, há inumeras críticas e leituras sobre este livro, há até um filme, mas não cometa o erro de assistir o filme antes do livro. E para quem já leu, só para recordar um pouco.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Numa Fria - Charles Bukowski


Livro com o qual tive meu primeiro contato com o velho safado. Já havia passado os olhos por cima do livro "Mulheres", e havia gostado da primeira página que eu li.

É um livro de contos, tendo sexo e bebedeiras como tema geral, temas gerais do Charles na verdade. Bukowski é o escritor com a escrita mais "fácil" que eu já li. Há uma fala no livro "Hollywood" onde um sujeito diz que até mesmo uma criança de 8 anos o lê e entende.

O que mais me fascina neste vagabundo é o fato de ser muitas vezes considerado um escritor beat. Para mim ele é o mais maldito de todos, não tinha pinta de bonitão como o Kerouac, nem diplomado pela universidade (caso do Burroughs). Boa parte de sua obra é autobiográfica.

Parada obrigatória para quem por acaso já leu John Fante, e se já leu Buk, prescisa ler Fante!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Prostituição na Idade Média - Jacques Rossiaud

Livro que prescisei ler para realizar um trabalho na faculdade, de leitura fácil mas sem deixar de ser sério. Talvez ele seja de uma leitura tão fácil devido ao tema ser super interessante.
Este livro conseguiu modificar muito do meu ponto de vista sobre a idade média, que muitas vezes nos é narrada como algo 100% monótono, com exceção das justas entre os cavaleiros e as cruzadas... Porém muitas coisas aconteceram durante aqueles tão falados mil anos.

Não diria que a Prostituição seria um elemento moderno, erro impenssável. Mas devido as narativas comuns sobre este periódo da história européia imaginamos que, devido ao fato da igreja ser dominate, não se praticava o sexo tal como o imaginamos e praticamos hoje. Acreditamos que não havia estupros então devido a "castidade" do povo, já que a igreja comandava com unhas e dentes. E acharíamos mentiroso se alguém nos relatasse sobre uma cafetina que não tinha vergonha de afirmar em praça pública que "possuia os melhores produtos da região" e "que tinha carne nova toda semana".

Não o li por completo, poucas páginas ficaram de fora. É um livro de fácil leitura e compreensão. Além de divertido, apesar de teoríco (categoria pouca assim associada).

O livro é o resultado da tese de doutorado de Jacques Rossiaud.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Área de Segurança Gorazde - Joe Sacco


Gorazde era uma cidadezinha próxima a Sarajevo que foi considerada área de segurança pela ONU durante a guerra civil que desestruturou a antiga Iuguslávia.

É sobre este desenrolar que ocorreu nos anos 90 (conflito muito esquecido, apesar de recente) que Joe Sacco, um jornalista, faz relatos do que viu e ouviu durante o tempo em que esteve pelos Balcãs. Conta não só a história recente daquele povo, mas sim toda uma série de acontecimentos que colaboraram para a explosão do barril de pólvora nos idos de 90.

O mais interessante é que Sacco consegue passar uma visão geral sobre o conflito se utiliando de texto simples e em quadrinhos, o que é o melhor de tudo!

e abaixo uma breve amostra do trabalho.

Aproveitem e até a próxima!


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os Irmãos Karamazov - Fiódor Dostoiévski


Este livro é uma obra monumental! Muito bem escrito, e muita coisa para ser lida também. Mesmo assim um bom livro, um ótimo livro, um dos melhores que eu já li. O maior que eu já li também!!
Dostoiévski é muito bom!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Interpretação dos Sonhos - Sigmud Freud


Não li o livro todo, não cheguei nem perto disso, apenas pesei os olhos. Achei-o muito interessante, vale a pena dar umas lidas nesse livro, o bom é que a leitura não é tão pesada.
E Freud é sempre um clássico.
Me ajudou a dar um passo a mais (talvez) em direção a interpretação dos meus sonhos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

De Vagões e Vagabundos - Jack London


Você assitiu o filme na natureza selvagem, e percebeu que o personagem principal fala do Jack London? Quer saber o porque ele o admirava?Este livro foi o melhor seu que eu li, mais cru e fiel a realidade. São contos, o primeiro, o Herege, me influenciou de tal forma que não sei dizer o quanto, para piorar assisti o filme "Sem Destino - Easy Rider" pouco tempo depois. Se quiser faça o mesmo, talvez tenha a mesma sensação.O livro todo é muito interessante. Jack London era comunista assumido e suas histórias são praticamente auto-biográficas (e qual autor não dá esses toques?).




Esta é a dica para as férias, vai ajudar muito a descansar a cabeça!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Vigiar e Punir - Micheal Foucault


Este livro influênciou diretamente na minha opinião sobre os métodos punitivos da sociedade, o "dar exemplo" agora me tem outra cara. A prisão, escola, trabalho (principalmente fábricas) também.

Este livro também é famoso no pessoal de direito, mas não sei se todos o lêem até o final.


Apesar de teórico, tem uma leitura agradavél, não tão maçante quanto muitos textos teóricos são. Afnal é Foucault!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Mate-me Por Favor


Livro clássico e mais do que batido já, mas foi esssa primeira edição, laranja, que eu tive o primeiro contato ali pelos meus 13 anos. Só vale a pena para quem gosta dos músicos que estão ali. Ou simplesmente de rock'n'roll. Conheci Stooges, Velvet Underground, MC5, Patti Smith, Television, Dictators, Heartbreakers ai. Já conhecia Ramones, Clash e Sex Pistols, mas foi lendo esse livro que curti todos esses nomes acima. São algumas das minha bandas favoritas!




André Procópio.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sonhos de Bunker Hill - John Fante


Este é o único livro de John Fante que eu li, mas ele me bastou para perceber de onde vem todo o estilo de Bukowski. Digamos que Fante seria cristao, enquanto Bukowski é ateu assumido. Livro que Fante escreveu já cegou, mas como? Bem, sua mulher (Joyce) ia tomando nota enquanto o marido ditava.

Livro muito bem escrito mesmo assim, vale a pena conferir, li a versao de bolso, aquelas pequeninhas e baratinhas sabe (obs: nao é o da capa, mas nao encontrei a capa do que eu li)? Ótimas para ler deitado na cama!

Livro de leitura fácil, o autor quase o conduz sozinho, sem falar que ele é excelente para se entender o espírito da época (Zeitgeist).






terça-feira, 26 de maio de 2009

Viciada



Algum tempo atrás eu adorava histórias envolvendo Junkies, ainda gosto delas, mas já não me surtem o mesmo efeito. Essa é uma bem curta que escrevi. Não consigo estender muito minha literatura.




O conto:


Chovia lá fora e estava tão triste. Muito frio também, e o vento parecia cortar o seu corpo, te rasgar, mas era uma sensação ótima. Sensação de solidão.
Marcelo já não dava mais bola a essas alturas da noite. Passava das três da manhã e ele havia secado umas garrafas de vinho com seus amigos na rua. Bebendo igual um idiota. Estava sentado num banco, para descansar. Marcelo gostava de sentar e ficar olhando, adorava olhar pras coisas, era divino para ele.
Olhava uns carros passarem pela rua. Quando do nada apareceu na sua frente uma mulher louca:
- Oi amigo tem uns dois reais pra mim? NÃO É PRA COMPRA PEDRA NÃO, ta moço?
- Desculpa mas já gastei tudo que eu tinha. –respondeu Marcelo.
- Nem se eu fazer um serviço pra ti moço, tu é bonito, baratinho só dez real tu leva tudo por um bom tempo certo?
Marcelo nem respondeu, foi embora em passo acelerado de volta para sua casa.
Abre a porta de seu apartamento que ficava numa viela no centro. Era bem escondido, tão escondido que ele nem pagava aluguel, o dono esquecia que aquele prédio era seu.Trouxa. estava muito frio, e isso era o melhor. Acendeu seu aquecedor elétrico, a sua sala se iluminou com uma luz vermelha. Foi até seu aparelho de som e colocou uma musica que não saia mais de sua cabeça, temptation do new order. Deixou a musica tocar no radio, deitou no sofá perto do aquecedor que irradiava sua luz vermelha. Esperou o efeito do vinho amenizar.
Alguns minutos depois foi até a janela e viu, aquela viciada de antes passando na rua. Andava em ziguezague. Parou quando caiu encima de um monte de lixo e ali adormeceu.
No outro dia quando Marcelo acorda nem lembrava mais da viciada que queria vender seu corpo em troca do ultimo dez da sua vida.
Seus junkie de merda!









E para quem deseja literatura Beat além de Kerouac, procura pelo William Burroughs, é bem diferente seu jeito de escrever.

sábado, 18 de abril de 2009

Salgado de trigo



Era um dia que eu estava trabalhando, engordei muito depois de começar a trabalhar, sempre dá fome no trabalho. Por isso me antecipei, fui até a lanchonete que havia a uma quadra dali e procurei algo sem origem animal. Não sou vegetariano, mas não gosto de carne, acho principalmente higiênico. Encontrara um produto que me parecia ser feito de trigo ou algo parecido, tinha cara de vegan. Olhei para a atendente perto de mim e perguntei por pura curiosidade e reflexo:
- sabe se isso é bom?
Ela olha para mim, torce a face para o lado igual a um cão quando procura entender algum barulho esquisito, e me responde:
- é saudável.
Mesmo assim eu levei. Se aquela garota não sabia nem responder direito uma perguntar, ou melhor, responder com sinceridade, não era problema meu. Apenas ri com o canto do rosto e fiquei um pouco confuso em descobrir se o problema estava em mim ou nela.
Só para curiosidade de vocês, esse salgado de trigo me durou dois dias e custava menos de 3$.




Este texto não quer dizer nada, não significa nada. É quase esquizofrenico....
OBS: Imagem do pintor Egon Schiele.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Jack London



Jack London é sempre citado, vez ou outra pelos escritores Beats. Esse homem fez de tudo que ele podia e mais um pouco. Sei que foi operário, participou da corrida do ouro, lutador de boxe e mais tanta coisa que li por aí que já nem sei o que tudo ele fez mesmo, e quais das coisas são verdades. Começou com esse negócio de pé na estrada.
Um escritor de vanguarda que praticamente não recebe culto algum.
Gosto de Jack London pela sua escrita cativante, sabia como contar um história, mesmo as em que o personagem principal era um cachorro (se pensou num filme do Spielberg, esqueça!).
Apenas um teste

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Industrial, urbano, sujo.


Não sei o porque da minha fixação por "paisagens" industriais. Acho elas interessantes. Gosto do cinza, do preto, do branco. Discutir coisas não muito agradáveis. Não me pergunte o porque!

Simplesmente uma foto, hoje estou sensivel a imagens.

Apenas um teste.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Misto Quente - Charles Bukowski


Misto quente - Charles Bukowski



Definitivamente considero esse um dos melhores livros absolutos que eu já li na minha vida. Apesar de estar muito longe de ser um Henry Chinaski (Alter ego de Charles Bukowski) eu me indentifiquei muito com o livro. Uma identificação bem pessoal.

Imaginem só a beleza do maldito da geração Beat?!
apenas um teste.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Punk na sinaleira.

O cara estava parado no semáfaro a meia-noite, era um punk, e eu do outro lado da rua o encarando. Assistia a luz vermelha tingir o cabelo descolorido dele. O sujeito deveria ter pelo menos uns 1,90 metros de altura. Realmente ele era muito alto. Por isso a luz refletia tão bem no seu cabelo sem cor, que agora era um vermelho fraco, tímido, mas vermelho.
Apenas um teste.