quinta-feira, 4 de março de 2010

Amador - Krzysztof Kieslowski (filme)


Por um acaso certo dia eu e minha namorada encontramos um canal no youtube de filmes completos (sem aquela divisão em partes), dentre um deles estava um de Kieslowski – Não matarás. Amamos o filme deste singelo diretor polonês. Por outro acaso na outra semana – ainda com “Não Matarás” na cabeça – passa no cine conhecimento, programa do canal futura, Amador de Kieslowski.

O Filme trata de um sujeito que por um acaso gasta o salário de um mês em uma filmadora amadora de mão, que nem captava som, com o intuito de filmar os primeiros anos de sua filha que estava para nascer. Assim sua filha poderia acompanhar seus primeiros dias.

Porém todos ficam encantados com a filmadora, e ele começa a filmar seus amigos também. Assim que o diretor da fábrica onde ele trabalha descobre isso, pede para que ele filme uma comemoração. Devido a isto criam o grupo cultural de cinema da fábrica.

Apesar de ser um filme parodiando nitidamente a vida do próprio Kieslowski, há uma questão do artista muito interessante em todo este desenrolar. Percebi toda uma questão sobre o significado da arte (no caso o cinema) e até onde tudo aquilo talvez pode te levar. Algo que por horas ainda fica matutando em minha cabeça...

Também dá uma atenção especial ao financiamento de um filme e as implicações que um financiador pode dar.

Outro ponto que também me chamou a atenção é o retrato de como era viver sob a cortina de ferro, já que o governo polonês vivia sob a orientação direta da URSS. Acredito ser um retrato muito mais claro sobre a “vida soviética”, isto também me interessou bastante, já que encontro pouco material (como livros e filmes) do período, retratando a vida naqueles paises, e tendo sido produzido lá sem o intuito de propaganda da guerra fria – seja diretamente contra ou diretamente a favor. Não descartando que existia uma censura muito rígida, com momentos de abertura, onde por sinal foram produzidos inúmeros filmes poloneses (entre eles este).

E antes que eu me esqueça, este é o diretor da trilogia das cores.
Uma das características do diretor são os diálogos curtos e o seu enorme gosto pelo acaso.

Iria postar um trailer, mas não encontrei nenhum, e o que achei de videos sobre o filme não tinha legendas em português, e como imagino que o polonês do pessoal está enferrujado, me acomodei.

Outros Diretores Poloneses:
Andrzej Wajda, Roman Polanski, Kazimierz Kutz, Krzysztof Zanussi.
Quem se interessar, pode dar uma procurada pela escola de Łódź (pronuncia-se úudji), que foi por onde passaram todos estes diretores.

E até a próxima!

4 comentários:

  1. Kieslowsky era mesmo bem legal. Já viu a trilogia das cores? A fraternidade é branca é o meu favorito. Polonia é o máximo, na música também. Esse filme eu ainda não tinha visto, mas gostei da sua primeira análise e me instigou a querer vê-lo. Não tenho o canal futura mas penso que s eolhar bem, encontro em alguma videolocadora dessa cidade.

    Legal seu blog.

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  2. Da triologia das cores assisti apenas "a [branco na minha mente] vermelha". Por enquanto gosto mais da fase polonesa do Kieslowsky, mas todos filmes seus que já vi, são muito bons.

    Tenho um pouco de dificuldade de encontrar algo sobre Kieslowky, mas parece que ele vem ganhando cada vez mais reconhecimento, no filme 1,99 há uma parte onde são citados diretores consagrados como Kubrick e Kurosawa e entre eles está Kieslowsky (todos com K).

    Abraços!

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  3. Olá,será que você poderia me passar o endereço do canal do youtube com os filmes completos?Obrigada.

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  4. Bem, um pouco deselegante falar dos tais links e não os compartilhar, aqui estão alguns filmes:

    Não Matarás (de kieslowski):
    http://www.youtube.com/watch?v=L1tW9HGi0qM
    Foi com este filme que ele foi descoberto fora da Polônia.

    Cinemas aspirinas e Urubus:
    http://www.youtube.com/watch?v=IPy1OuX0mls&feature=related
    é um filme nacional que sem sombra de dúvida vale a pena ser assistido.

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