sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Z - (Dir.) Costa Gavras

Durante um período trabalhei no arquivo Histórico de Blumenau (AHJFS) e lá tive um pouco de contato com o material do Seo Holetz, um senhor fanático por cinema. Nesses materiais haviam livros catalogando “os 100, os 1000, os 200, os 10; melhores filmes”, nestas listas sempre figuravam filmes clássicos que eu já conhecia como:2001 e Casablanca, entre estes filmes sempre encontrava Z. Um belo dia assisti este filme.

Costa Gavras tem filmes altamente políticos e panfletários, mas não pensem que teremos um panfleto barato ou um cartilha. Temos em Z um dos melhores filmes políticos, mas não é um filme monótono como podemos imaginar muitos filmes políticos, ele não se deixa perder o fôlego. Antes de começar o filme, eles advertem que qualquer coincidência é meramente proposital. O filme relata a situação política na Grécia nos idos de 1960, onde os Estados Unidos pretendiam instalar bases de mísseis na Grécia (que fazia fronteira com países então socialistas).

O que o filme traz de interessante é um panorama existente na época desta bipolaridade entre os EUA X URSS, onde basicamente se era “obrigado” a se posicionar sob a sombra de um dos dois. No caso, os personagens principais são políticos de um partido de esquerda que pretendem realizar uma conferência pela paz. Numa de minhas partes favoritas do filme um sujeito berra algo para os militantes a respeito das bombas nucleares que a URSS possuía, nisto um militante responde, “somos contra a bomba, seja ela dos EUA ou da URSS”. O discurso proferido neste conferência me foi muito importante na época que assisti o filme, e me deixou pensando a respeito do porque não de tantas coisas. Algo simples que já pensava e foi reforçado, onde o discurso do porque dos exércitos de se defender dos “outros”, mas caso nenhum país possuísse exército, ninguém precisaria se defender de nada. Não pretendo ser tão simplista, mas é algo que pensava quando mas novo que tem seu mérito.

O que me confundiu ao chegar no fim do filme, é o fato de não saber se o filme em si era uma paródia dos golpes militares dados durante todo o século XX com apoio dos EUA, ou de algum lugar em especifico, pois estes golpes militares são em sua estrutura muito parecidos. Assim que algum candidato assumia algum cargo de grande influência e tinha propostas contrárias as dos EUA ou dos conservadores, tínhamos os militares tomando a força o poder. O filme “Chove sobre Santiago” também é muito parecido em alguns aspectos, traz esta demonstração do que foram estas ditaduras.

A introdução é muito interessante para pensar este “medo comunista” e que didáticas foram utilizadas, como no caso do filme, comparar os comunistas as bactérias que destroem as plantações. Também conhecemos aquela velha história que circula entre a classe média, de que se o Brasil virar comunista, teremos que dividir nossas casas com outras pessoas mais pobres. Já ouvi muito isto...

Aliás, este é o primeiro filme a ser indicado como o melhor do ano e o melhor estrangeiro simultaneamente.

Trailer comemorativo dos 40 anos do filme, com legendas em inglês: http://www.youtube.com/watch?v=e_tJ5N6pQcw&feature=related




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