quarta-feira, 23 de junho de 2010

Chamado Selvagem - Jack London

Mais um livro de London. Primeiro livro seu que li, peguei por causa do nome do autor, que acho muito legal até hoje (faz tempo que o li!).

Sua escrita é muito boa. Mesmo quando a história não é muito interessante, sua escrita a torna uma boa história. Sobretudo a reputação de London é um tanto quanto “manchada” devido a ter escrito alguns livros onde o personagem é um cachorro (vide “caninos brancos”, que muitos devem conhecer pelo filme da Disney). E bem, este é um dos livros onde a história é de um cachorro.

Comecei o livro sem saber que ele era um cão, mas logo na segunda frase percebi. Mesmo assim insisti na leitura. Ao concluir a obra conclui que era um livro digno de ser lembrado.

O livro seria em base um retrato da sociedade, utilizando o cachorro como metáfora para o ser humano, o que de certa forma, ao se ler a história faz sentido, e mesmo muitas vezes no nosso dia. O capitulo que vez ou outra me deixa martelando a cabeça é o a respeito da lei do porrete e da dentada, parte do capítulo onde Buck (o cão) é “adestrado”. Ao martelar minhas conclusões a respeito da leitura de “vigiar e punir”, matutei sobre o quanto nós somos educados a base do porrete e da dentada. Assim como Buck, quando saímos da linha há alguém hierarquicamente mais elevado pronto para nos corrigir – o que no caso canino em questão seria um homem com um porrete em sua mão pronto para desferir golpes – ou um semelhante nosso tentando sobreviver da mesma forma que nós – no caso do livro um outro cão que poderia lhe morder caso a precaução correta não fosse tomada. Assim como, por exemplo, na escola temos o professor nos avaliando para verificar o quanto estamos seguindo as normas e nos dando nota por isso, até o colega que nos entrega para o professor quando cometemos alguma irregularidade, também podemos transferir para a relação patrão e empregado, e tantos outros exemplos.

O que Buck acaba tendo que fazer é se curvar as regras do jogo para conseguir sobreviver. Ele é um cão pacífico que ao longo do livro vai tornando-se cada vez mais violento, aqui London (que era comunista) já trabalha com a idéia da sociedade como formadora do indivíduo.

Um livro que pode valer a pena ser lido, e acima de tudo uma bela metáfora!

2 comentários:

  1. Meu nome é procópio e eu sou viciadinho em Jack London.

    XD

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  2. Eu tento tomar cuidado para não postar muita coisa do Jack london, Bukowski e Fante... e descobri o Kawabata faz pouco tempo...

    Bem, talvez eu deva começar a me empenhar em ler os livros teóricos até o final... ou ter tempo para tal tarefa.

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